"Um
dia eu tive a impressão de que o amor tinha chegado. Meio súbito, meio
sem jeito, meio calado. E aquele sentimento veio tomando conta feito
nuvem preta no céu em dia de temporal. Começou um vento forte dentro de
mim, uma sensação de inquietude. E minhas noites não foram mais iguais.
Ficava esperando um sinal, uma marca, uma tatuagem. Alguma coisa que me
dissesse que, sim, seria bom e duradouro
.
Eu
queria gritar, pedir socorro, mas a voz não chegava até a boca, não
conseguia emitir nenhum som. Eu queria viver, sentir, saber, conhecer
mais de perto aquilo que não tinha um nome certo, mas que eu queria que
fosse amor. A gente quer que seja amor sempre. Acho que isso acontece
porque a gente quer viver uma coisa bonita, uma coisa que todo mundo
nessa vida diz que vive ou já viveu."
Clarissa Corrêa
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